Somos todos, quase sem excepção, diariamente confrontados com este cenário de preocupações e dúvidas sobre o futuro. As notícias não são boas, para muitas perguntas há poucas respostas e ainda menos certezas, acordamos todos os dias com receio de ouvir a rádio, ver a televisão e de, na modernidade do nosso tempo, sondar a internet.
As notícias são mesmo más!
Bom, mas o que dizer de oito títulos de campeão nacional, em modalidades como a esgrima, a natação, a ginástica, de títulos de campeão distrital e regional em modalidades como a patinagem artística, o hóquei em patins e o basquetebol, só no ano de 2013?
Claro que são ótimas, melhores ainda porque são provenientes daqui, desta sala, onde nos reunimos para assinalar o 37º aniversário da EDV. Dizemos, por isso, que o nosso Clube, felizmente, está em contra-ciclo com o País. E está efetivamente de Parabéns.
Não só pelos resultados desportivos obtidos já nesta época de 2012/2013, mas essencialmente por continuar a cumprir o seu desígnio maior de ser “Um Clube para uma Cidade”.
Neste últimos dois anos, em que, com muita honra, presido à Mesa da Assembleia Geral desta Coletividade, foi possível constatar a forma exemplar, a enorme lucidez, o rigor, o empenho e a total dedicação dos seus dirigentes, funcionários, atletas e treinadores, que permitiram encontrar as soluções e os recursos necessários à obtenção do equilíbrio indispensável para a manutenção da boa prática desportiva e da sustentabilidade financeira.
Saliento o contributo extraordinário dos pais dos atletas que se têm envolvido de forma assinalável, muitas vezes com enorme sacrifício pessoal e familiar, para ajudar o clube a cumprir a sua missão, desempenhando múltiplas tarefas que libertam o clube de esforços incomportáveis, assegurando desse modo, também, a sua estabilidade global.
Apelo aos sócios da EDV para que se envolvam na vida da colectividade, vida que pode ser acompanhada intensamente pela partilha de informação disponibilizada regularmente e atempadamente nos instrumentos das redes sociais, nos blogues e nos sites, trabalho magnifico do responsável pela comunicação, que projecta de forma tão eficiente, numa dimensão impensável há alguns anos atrás, a imagem da EDV.
A condição de crise que todos afecta, e que obrigou à redefinição das políticas de apoio, quer da autarquia, quer das associações e federações desportivas, quer dos tradicionais mecenas (também dramaticamente atingidos), obrigou a uma reflexão séria da Direcção da EDV, que prosseguindo a lógica de Direcções anteriores, estimulou, a que de forma livre mas responsável, as diversas secções do clube encontrassem mecanismos de sobrevivência financeira e simultaneamente de optimização do resultado desportivo. E encontraram!
Os resultados desportivos atestam-no, bem como o relatório de contas recentemente aprovado em Assembleia Geral, louvado pelo Conselho Fiscal, que coloca a EDV no grupo restrito de colectividades que não sobrevivem na ilusória subsidiodependência, antes pelo contrário, asseguram na sua rigorosa gestão financeira, a sua independência. Por isso também estamos de Parabéns.
No entanto, este esforço, também tem um risco acrescido. Torna-se possível, na tentativa de alargar, cumprindo a sua função social e desportiva, ao maior número possível de jovens a prática desportiva, comprometer a curto prazo a qualidade indispensável à boa prática e a médio/longo prazo o resultado desportivo que está ao nosso alcance. Os nossos campeões poderão enfrentar dificuldades acrescidas.
Falámos essencialmente de espaço desportivo, questão material, porque não temos dificuldade com a questão humana. Não faltam atletas e treinadores, os dirigentes estão presentes, os sócios e os pais não nos abandonam.
E o espaço é determinante para a boa prática. A EDV não o possui. Utiliza espaço que não é seu e partilha-o com outros agentes e parceiros desportivos, reconhecendo as dificuldades que a sua distribuição equitativa colocam ao gestor principal… a autarquia.
É urgente procurar soluções, viáveis, para consolidar o projecto desportivo da EDV.
A história da colectividade - iniciada em 12 de Maio de 1976, com os primeiros passos no Límia Parque - o seu contributo inigualável para a história desportiva de Viana do Castelo, o seu desempenho social, a sua ética e cultura desportivas, a sua integridade e a sua capacidade de diálogo com a comunidade desportiva local, regional e nacional, tornam absolutamente justa a reivindicação de um esforço acrescido por parte da autarquia, porque só ela tem essa condição, no sentido de se encontrar a melhor solução que, mantendo a lógica da auto-suficiência, permita à Escola Desportiva de Viana a consolidação do seu projecto desportivo tão bem expresso no lema “Um Clube para uma Cidade”.
Não tem faltado iniciativa à EDV. Num tempo em que a cidade vê nascerem novas realidades em equipamentos culturais e desportivos, que permitem a projecção estratégica para além fronteiras de Viana do Castelo, é legítima esta ambição para a qual temos apontado alguns caminhos, que com o tempo e o vosso empenho, Sr. Presidente da Câmara, esperamos, em breve, percorrer.
Parabéns EDV!
Estamos no bom caminho!
Dr. Alberto Jaime Marques Midões
Presidente da Mesa da Assembleia Geral